Secretário da SENAD defende uso de embasamento científico
As políticas públicas no campo AD devem estar legitimadas em comprovações científicas. O alerta foi do Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Humberto Viana, durante o II Congresso Internacional de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas (Previne 2017), realizado entre os dias 6 e 8 de agosto, no Costão do Santinho, em Florianópolis. Essas comprovações, complementou, “precisam considerar fatores que possibilitem analisar os resultados”.
A Secretaria de Ensino a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina (SEAD/UFSC) foi uma das realizadoras do encontro. O tema foi “As várias faces da violência na relação com o uso de drogas”. Pesquisadores, acadêmicos, profissionais, gestores públicos e sociedade civil reuniram-se para compartilhar conhecimentos e experiências práticas e refletir acerca de vários aspectos: violência urbana (relacionada tanto ao tráfico de drogas quanto aos acidentes de trânsito), violência doméstica e interpessoal, desdobramentos como o encarceramento em massa, políticas de higienização e o conjunto de interfaces com a violência estrutural, como processos socioculturais, econômicos e políticos, que reproduzem e perpetuam desigualdades de gênero, sociais e étnicas, ligadas a vulnerabilidades psicossociais.
Uma das preocupações foi evitar a reprodução de simplificações como a mera associação direta da violência decorrente do uso da droga, sem observar seus possíveis determinantes. Para isso, as discussões levaram em conta a complexidade da perspectiva de integralidade e intersetorialidade para identificar e atuar sobre os determinantes sociais que tornam alguns grupos mais suscetíveis à violência.
Viana aproveitou a vinda a Florianópolis para conhecer as instalações da SEAD-UFSC, no centro da cidade. “O ensino a distância é ferramenta fundamental para capacitar as pessoas que trabalham em todo o território brasileiro na prevenção ao uso indevido de drogas”, observou.