UFSC lança Curso de Sobrevivência no Português Brasileiro para estudantes do exterior

08/12/2021 15:06

Criado para ser uma primeira experiência do aluno internacional antes de sua chegada à UFSC e como uma importante ferramenta de auxílio ao processo de internacionalização, o Curso de Sobrevivência no Português Brasileiro surgiu de uma necessidade clara: um grande número de estudantes internacionais da UFSC entram e saem da instituição sem aprender a falar português. E foi por causa desses relatos, que a equipe da Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) uniu suas ideias e experiências à capacidade técnica da Secretaria de Educação a Distância (Sead) para desenvolver um curso 100% assíncrono, e ambientado inteiramente em situações que ocorrem na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O curso, on-line e auto-instrucional, focaliza a necessidade das universidades internacionais parceiras da UFSC em ter um primeiro contato com a estrutura e vocabulário do português brasileiro antes de iniciar suas atividades de mobilidade e/ou cooperação acadêmica.

O objetivo da Sinter e da Sead é capacitar estudantes, servidores docentes e técnico-administrativos de várias partes do globo para que possam realizar mobilidade e cooperação acadêmica na UFSC, por meio de um curso virtual com estrutura e vocabulário para que os participantes consigam se comunicar em nível elementar. O curso auxilia no processo de acolhimento dos seus participantes ao chegarem à UFSC e desperta o interesse em aprender a língua e cultura brasileiras.

A iniciativa, acredita-se, é inédita e precisou ser criada do zero, uma vez que não havia cursos parecidos em outras universidades, segundo as Secretarias. Foi desenvolvido por conteudistas, professores da área de Letras Português/Inglês, e profissionais da Sead e da Sinter.

Para a pedagoga Joyce Regina Borges, umas das responsáveis pelo desenvolvimento do conteúdo do curso, a  maior preocupação foi selecionar os conteúdos que de fato seriam essenciais para o primeiro contato com a língua portuguesa brasileira. Ela também lista como desafios o de conseguir incluir alguns aspectos culturais para melhor compreensão da língua, disponibilizar áudio da maior parte do conteúdo possível para facilitar a familiaridade com a pronúncia e conseguir fazer tudo isso em um curso com a carga horária de 20 horas.

A estrutura é formada por cinco módulos de conteúdos, cada um deles composto por três aulas. Ao final das aulas são disponibilizadas atividades da seção “Minuto de Prática”, onde os cursistas aplicam os novos conteúdos com atividades de feedback automático, buscando assim garantir a aprendizagem, autonomia, e verificar o aproveitamento obtido no curso.

Divisão dos módulos do curso. (Imagem: Print de tela do curso)

Os módulos também apresentam a seção “Culturema”, na qual são apresentados alguns aspectos da cultura brasileira, e a seção “Hora da Dica”, com informações úteis para ajudar os cursistas no contato com a nova língua.

Nesta jornada, de reconhecimento da língua e apresentação da UFSC, os alunos não estarão sozinhos. Receberão a ajuda de Diogo, Natália e Lincoln, que são personagens inspirados em servidores da UFSC. Também terão a companhia de Angela, Frederick e Paloma, personagens fictícios, que, ao longo do curso, compartilham suas experiências como estudantes estrangeiros na UFSC. Todos os áudios dos personagens do curso foram gravados por servidores da Sinter (Bruno Wanderley Farias, Caroline Finatti, Diogo Robl, Guilherme Carlos Costa, Luciana Miashiro Lima e Paula Eduarda Michels).

Para o secretário de Educação a Distância (Sead), Luciano Patrício Souza de Castro, toda iniciativa de capacitação a distância deve ser encarada atualmente como uma grande e comprovada oportunidade de atingir com eficiência e efetividade resultados reais de aprendizagem. Nesse sentido, o Curso de Sobrevivência no Português Brasileiro, no modelo auto instrucional (sem acompanhamento de tutoria), é envolvente ao considerar a aprendizagem centrada nos cursistas por meio de muita tecnologia que facilita e descomplica a conclusão do curso. Os conteúdos, a proposta pedagógica, o visual e a navegabilidade do curso, são fatores de impacto que garantem o sucesso dos cursistas dispostos a sobreviverem no português brasileiro.

Personagens interagem com os alunos para maior didática e aproveitamento do curso. (Imagem: Print de tela do curso)

“O curso é visionário, totalmente inovador e poderá, inclusive, atrair estudantes do mundo todo, que desejam estudar português na UFSC”, afirma o professor Lincoln Fernandes, Secretário de Relações Internacionais. Ele apresenta dados do crescimento de alunos internacionais na Universidade, em decorrência do ensino remoto. Antes da pandemia, a Universidade tinha, aproximadamente, 250 estudantes presenciais, por semestre, provenientes de outros países espalhados pelos cursos e campi da universidade. Agora, a soma já ultrapassa o dobro desse número de estudantes, realizando atividades de forma remota.

Após esse primeiro teste, o curso será reavaliado e passará por ajustes para que ele fique ainda melhor para todos os alunos. Assim que estiver tudo ajustado, ele deve ser liberado pela plataforma do Moodle para estudantes ao redor do mundo. “É importante salientar que este curso tem como público-alvo pessoas falantes do inglês, mas a ideia é adaptá-lo, em breve, aos falantes das outras línguas: espanhol, francês, alemão, italiano, mandarim, russo, etc”, conclui Lincoln.O curso está agora na fase de testes. Uma versão inicial já foi divulgada internacionalmente, e, segundo a Sinter, muitos parceiros estrangeiros já estão querendo saber quando seus alunos poderão fazê-lo. A professora Gisele Orgado, egressa da UFSC, é a responsável pela realização da experiência piloto do curso, com os alunos de português da University of Birmingham, no Reino Unido.

Mais informações sobre o curso no site da Sinter.

Confira a introdução do curso:

 

Gabriela Zwang / Estagiária de Jornalismo da Agecom / UFSC